quinta-feira, 21 de julho de 2011

Experiências compartilhadas

Não sei o que deu em mim, mas, nas últimas duas semanas, senti uma vontade enorme de ler um pouco outros blogs que trazem relatos que pessoas – adultos e crianças – que viveram ou estão passando pelo tratamento de um câncer. Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que usam a “blogosfera” para partilhar as experiências e, de certa forma, dividir o sofrimento. Hoje eu percebo que não inventei a roda!

Nessa pequena pesquisa, chorei dezena de vezes e me reconheci em muitos daqueles textos. Também pude perceber o quão pequeno é o nosso sofrimento e como somos privilegiados pela resposta de João ao tratamento. Já falei sobre isso, mas resolvi transcrever aqui um trecho de uma postagem que, sem tirar nem por, é o meu sentimento. Foi retirado do blog vidAnormal (www.vidanormal.blogspot.com) que traz a história de Ana Luiza, uma linda menina de 07 anos que, infelizmente, há 15 dias, perdeu a batalha para um câncer no cérebro.


"Durante estes últimos 7 meses, desde nossa vinda para São Paulo, em diversas ocasiões, as pessoas comentavam sobre a nossa “força”, como se ela fosse nossa. Comentavam sobre a nossa coragem, como se esse atributo também nos pertencesse. Acreditem, meus amigos. Ter um filho com câncer desarma qualquer guerreiro. Ante a possibilidade de perder um ser humano que é a razão da sua vida, você enfraquece. O medo paralisa e no mesmo instante, você pensa em entregar seu corpo pra ser sacrificado no lugar do seu filho.

E verdade seja dita: Quando os resultados do tratamento são positivos e você percebe que os esforços e sofrimentos tem valido a pena, a vontade de continuar lutando, a motivação para continuar suportando, vem automaticamente.
E por isso eu sempre afirmo: Forte de verdade é quem consegue continuar lutando, mesmo quando tudo dá errado. Corajosas são as famílias que mesmo com escassos recursos, lutam bravamente. Famílias que ficam longe de casa, morando em pensões ou hotéis de qualidade duvidosa, pois é a única coisa que podem pagar. Outros, que sem condições de pagar pensões, ficam em casas de apoio, muitas vezes em situação precária. Pais e mães desesperados que, mesmo com o filho doente, não podem se dar o luxo de apenas “parar de trabalhar para cuidar do filho”. Mães que recebem, na mesa do médico, a resposta que nenhuma de nós quer ouvir: “Infelizmente o tratamento não está surtindo o efeito que gostaríamos”.
Pais que perdem o filho para o câncer e mesmo assim continuam envolvidos na luta contra esta doença traiçoeira, são pessoas verdadeiramente fortes e corajosos. Estas pessoas são exemplo pra mim. É diante destas pessoas que me sinto uma pessoa qualquer, como a grande maioria dos cidadãos deste mundo, que pouco se envolve com o problema dos outros.
Eu tenho plena convicção que o responsável por esta couraça de coragem e força, é Deus. Pais “de verdade” são medrosos, mas Deus os transforma em super-heróis na hora certa".

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